quinta-feira, 29 de outubro de 2015
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Minha perspectiva sobre o papel do Educador de Rio Paranaíba em minha vida

17:27
Durante a aplicação do ENEM o que mais se ouve e se lê nas redes sociais é a indignação dos candidatos sobre a duração e quantidade de provas do Exame Nacional do Ensino Médio. “ENEM é uma tortura”, “É impossível fazer todas as questões no tempo dado”, “ ENEM é prova de resistência”... Na minha opinião, ENEM passa longe de ser uma tortura, pode sim ser feito no tempo que foi dado e sim, cansa muito!
Há quatro anos quando fiz o ENEM o sistema era o mesmo, o mesmo tempo, as mesmas quantidades de questões e a mesma pressão para ir bem. Acho que o que difere é como o aluno encara todo o conhecimento repassado a ele, como o aluno agarra as oportunidades que o sistema educacional lhe concede.
Aprendi a ler quando estava no pré-escolar na Escola Municipal Tancredo Neves e tive a oportunidade de fazer uma linda peça e decorar textos e mais textos para fazer bonito no dia da formatura do prezinho.
Lembro-me quando ainda estava no ensino básico na Escola Estadual Professor José Luiz de Araujo e que éramos direcionados a pegar livros na biblioteca toda semana e responder algumas questões referentes ao livro escolhido. O que eu e mais alguns colegas fazíamos? Líamos, relíamos e fazíamos o que era pedido. Se errássemos teríamos alguém com quem confiar nossas dúvidas: o professor! Esta época foi decisiva para que eu criasse o gosto pela leitura, hobbie que eu cultivo até hoje. Nesta mesma época, os professores nos instigavam a participar de competições de ditado, poemas e leitura. Lembro que foi a primeira vez que ganhei um prêmio, um poema sobre água. Quando o professor enfatiza o poder da leitura em nossa vida, não temos a noção de que o hábito de ler é o principal fator que nos permite ir além. Por exemplo, fazer todas as questões do ENEM quando se tem hábito de leitura é mais fácil, pois ao ler praticamos a interpretação. Um texto que você demoraria 10 minutos para entender seria entendido em cinco minutos, caso você pratique a interpretação no seu dia a dia.
Na Escola Padre Goulart colhi inúmeros louros de uma ótima educação básica. Lembro-me das diversas atividades oferecidas para que os alunos se entusiasmassem. Foi quando surgiram as Olimpíadas de Matemática, Olimpíadas de Português, DNA (Desafio Nacional Acadêmico), Soletrando, Feiras de Ciências, Feiras de Matemática, Escolinha de Vôlei e etc.. Eu e mais diversos colegas agarramos todas as oportunidades com nossas forças. Participei da segunda fase da Olimpíada de Matemática, representei Rio Paranaíba nas Olimpíadas de Português, representei nossa cidade no Soletrando e liderei a 5º melhor equipe de conhecimentos gerais do Desafio Nacional Acadêmico no estado de Minas Gerais e ficamos entre as 100 melhores equipes do Brasil. Tudo isso conquistado graças ao apoio de professores que trouxeram essas iniciativas e nos preparam para isto. Estudar não é tortura.
Na Escola Dr. Adiron Gonçalves Boaventura foi o local onde a maturidade esteve mais presente, onde tive as melhores discussões de conhecimento, onde eu fui ouvida e minha ideia pode ser discutida e apurada. Foi estudando lá que consegui uma bolsa de estudos na UFV em 2009 e que um ano depois fui agraciada com o Prêmio Arthur Bernardes, uma vitória dos professores de toda a minha vida e dos meus, na época, futuros professores universitários. Em 2011 ainda ganhei o prêmio de Contador de Contos, com um texto que eu mesma havia escrito. Durante o ensino médio, ainda pude presenciar aulas de computação dados pelos professores e que mesmo depois de terem dado aulas das suas respectivas matérias, ainda iam distribuir mais conhecimento. Conciliei duas vidas, estudante do ensino médio e bolsista da UFV e ainda assim consegui muitos méritos. Estudar não é tortura.
Hoje vejo muitos adolescentes criticando as suas escolas, professores e matérias nas redes sociais, vejo pais reclamando do desempenho dos filhos, vejo meus antigos professores desapontados com algumas atitudes e eu penso “Eu cresci nessas escolas, as professoras que me deram aula são as mesmas de hoje, o que há de errado então?”. Eu mesma respondo, os alunos. Ninguém agarra as oportunidades como antes, muitos não têm gratidão com o esforço do educador, outros não sabem dar bom dia para as tias da cantina e mais uma boa parte acha que escola é prisão e que aula é tortura.
Quase todos os alunos que formaram comigo no ensino médio estão quase se formando nas profissões que escolheram, com o conhecimento adquirido dos mesmos professores que hoje estão nas salas de aula. Onde todos nós chegamos, qualquer um pode chegar, desde que queira.
Pai, mãe, responsável pela criança que hoje estuda: O conhecimento que o seu filho precisa está no mesmo lugar de sempre, o que mudou foi o quanto o seu filho está disposto a procurar! As crianças e adolescentes de Rio Paranaíba tem á disposição Mestres com grande capacidade, só não sabem como ou não querem aproveitar-se disso.
Penso que o Educador rio paranaibano tem um dos maiores pesos possíveis: o de ser ponte para o acesso a uma das melhores universidades do país que está aqui. Esse peso deve ser dividido com os pais e responsáveis e com as crianças também. Dos pais precisamos da educação e o incentivo aos filhos e dos filhos precisamos da força de vontade e o respeito para com o detentor de conhecimento.
Por fim, tenho a enorme certeza de que onde eu cheguei é fruto de duas vertentes da educação, a primeira é a educação do conhecimento, que tive contato através do aprendizado, a segunda vertente da educação é aquela que me permite ser alguém melhor a cada conhecimento que adquiro. Agradeço aos Mestres rio paranaibanos e aos meus pais, gente que ensina que pra ser gente tem que saber pensar!


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